O segmento das pequenas esportivas carenadas ficou hibernando por anos a fio. Apenas a Kasinski, meio acanhada, mantinha em linha a coreana Comet GT 250R, da Hyosung. Em meados de 2009, a Kawasaki virou a mesa ao anunciar como seu principal produto de batalha para o país a insinuante Ninja 250, que logo dominou os sonhos da meninada. Agora, em 2012, o verão esquentou de vez a chapa das 250 esportivas: a Dafra lançou no mês passado a Daelim Roadwin 250R e a Honda confirma para esta primavera a CBR 250R (edição nº 35), monocilíndrica que resgata a cilindrada de um quarto de litro para a marca líder. Enquanto a CBR, não chega, as três pequenas carenadas se defrontam neste teste.
A posição de pilotagem da Roadwin e da Ninja é bem parecida. As duas têm semiguidões mais altos, fixados sobre a mesa. Eles deixam a posição de pilotagem mais ereta e relaxada, mais confortável que na Kasinski. A Comet GT 250R tem três posições de regulagem nas pedaleiras. É um ótimo recurso, mas não torna o modelo mais confortável. Ninja 250R e Roadwin 250R são mais leves e estreitas. O ângulo mais amplo de esterçamento das duas ajuda na maneabilidade urbana.
O farol em escudo vertical e as entradas de ar na frente da Kasinski Comet remetem às Ducati. A suspensão dianteira invertida e os dois discos de freio ajudam a encorpar o modelo, assim como o tanque largo. As rodas de liga leve com seis raios parecem desatualizadas. Na carenagem, os recortes para entrada e saída de ar deixam à mostra o V2 de oito válvulas, o motor mais bonito do grupo. A rabeta é afilada e as duas alças conferem agressividade ao conjunto.
A Ninja tem farol duplo que a deixa com ar feroz. Além de agressiva no design, é mais magra que a Kasinski. Assim como na Dafra, o tanque é vulcão, estreito. A carenagem tampa o motor twin e tem belas saídas de ar. A bolha protege o piloto quando deitado. A rabeta é pequenina e não tem alça para garupa. As rodas de seis raios em V são bonitas e atuais. Os discos de freio wave valorizam o visual esportivo.
A coreana Daelim Roadwin lembra as primeiras CBR 600RR. Os dois faróis simétricos têm entrada de ar entre eles. As carenagens de encaixes perfeitos encobrem o monocilindro e têm dois cortes para dissipação do calor. O tanque é estreito e tem a menor capacidade, 15 litros contra 17 das outras duas, compensada pela economia do monocilindro de 24 cv. A Roadwin chegou a fazer até 36 km/l, mostrando-se a mais econômica. Com a mesma tocada calma, o consumo foi de 26 km/l para a Comet e de 24 km/l para a Ninja.
O acabamento das três é de bom padrão, com destaque para a Kawasaki. Os painéis das coreanas são mais atuais que o da japonesa, que utiliza três mostradores redondos com ponteiros. A combinação de conta-giros analógico e velocímetro e demais informações digitais da Comet e da Roadwin parece mais moderna - e de fato é.
Os 33 cv a 11 000 rpm do twin da Ninja levam vantagem sobre o V2 de 32,1 cv a 10 500 rpm da Comet e o monocilíndrico de 24 cv a 9 000 rpm da Roadwin fica atrás. A Roadwin precisou de 14,3 segundos para atingir 100 km/h partindo da imobilidade, enquanto a Ninja 250R fez a prova em 9,6 segundos e a Comet GT-R, em 11,6.
Ninja e Comet R têm picos de torque muito semelhantes: são 2,24 "quilos" a 8 200 rpm da Ninja, contra 2,31 mkgf a 8 000 rpm da Comet. Apesar disso, têm respostas ao acelerador muito diferentes. Em baixa rotação, o V2 coreano empurra mais fluentemente que o dois-em-linha japonês, sensação que se inverte nas rotações mais altas.
Só o câmbio da japonesa tem seis velocidades - uma evidente vantagem técnica. A caixa da Roadwin cedida para este teste mostrou-se algumas vezes dura no engate da segunda.
A Ninja 250R é a mais equilibrada das três. Sua suspensão tem rigidez suficiente para proporcionar boa estabilidade sem comprometer o conforto.
É uma característica comum: as pequenas carenadas têm bons freios.
A Ninja 250R é a vencedora deste confronto, seguida de Comet GT 250R e Roadwin 250R. Quem quiser a melhor 250 esporte vai ter que pagar mais. A diferença entre a Ninjinha e a Roadwin é de quase 4 000 reais, significativa nessa faixa de mercado.
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